Justiça dos EUA investiga se Colúmbia escondeu estudantes procurados

O Departamento de Justiça norte-americano investiga se a Universidade da Colúmbia escondeu "estrangeiros ilegais" no seu campus, num momento em que o Governo de Donald Trump intensificou a sua campanha para deportar ativistas que participaram em manifestações pró-Palestina. 

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Lusa
14/03/2025 21:22 ‧ há 3 horas por Lusa

Mundo

Colúmbia

Agentes do Departamento de Segurança Interna revistaram duas residências universitárias com um mandado na quinta-feira à noite.  

 

Ninguém foi preso, e não estava claro quem as autoridades procuravam, mas na tarde de hoje as autoridades norte-americanas anunciaram desenvolvimentos relacionados a duas pessoas que estavam a ser procuradas em conexão com as manifestações. 

Uma estudante de doutorado da Colúmbia, cidadã da Índia, optou sair dos Estados Unidos na terça-feira, cinco dias após o seu visto ter sido revogado pelo executivo de Trump. 

 Também uma mulher palestiniana, que havia sido detida durante os protestos na Universidade em abril passado, foi agora presa pelas autoridades federais de imigração em Newark, no estado de Nova Jérsia, por permanecer no país além do prazo permitido pelo seu visto de estudante. 

O procurador-geral adjunto Todd Blanche, em declarações no Departamento de Justiça, disse que tudo isto faz parte da "missão do Presidente de acabar com o antissemitismo" nos Estados Unidos. 

"Estamos a trabalhar com o Departamento de Segurança Interna para executar mandados de busca numa investigação sobre a Universidade da Colúmbia, por abrigar e esconder estrangeiros ilegais no seu campus", afirmou Blanche.  

"Essa investigação está em andamento e também estamos a analisar se o tratamento dado pela Colúmbia a incidentes anteriores violou as leis de direitos civis e incluiu crimes de terrorismo", acrescentou. 

Blanche não explicou quais as evidências que os agentes têm sobre as alegadas irregularidades praticadas pela Colúmbia. 

Mais de uma centena de pessoas, maioritariamente estudantes, protestaram hoje de rosto coberto junto à Universidade da Colúmbia, em Nova Iorque, acusando o Governo de Donald Trump de procurar silenciar o movimento pró-Palestina. 

Este é um dos muitos protestos que têm sido convocados nos últimos dias em resposta à detenção de Mahmoud Khalil, um destacado ativista pró-Palestina que no ano passado ajudou a organizar protestos na Colúmbia e que agora enfrenta um processo de deportação. 

À Lusa, Nerdeen Kiswani, fundadora da Within Our Lifetime - uma organização comunitária liderada por palestinianos e uma das organizadoras deste protesto -, garante que os estudantes, apesar de temerem represálias, não irão recuar no apoio ao povo de Gaza. 

"O mundo inteiro está a ver o genocídio na Palestina e agora está a ver também o que acontece nos Estados Unidos a quem se opuser a esse genocídio. Estão a tentar silenciar o nosso movimento, mas tudo o que isto fará é expor ainda mais Israel e os seus crimes de guerra", disse a ativista, que admitiu que há cerca de um ano que vem recebendo ameaças de morte, mas garante que não irá desistir de lutar. 

Ativistas pró-Israel pediram à administração de Trump nas últimas semanas que iniciasse procedimentos de deportação contra os manifestantes. 

"Os ativistas estão a ser tratados como alvos. Vimos a detenção e tentativa de deportação de Mahmoud Khalil, vimos a Universidade da Colúmbia a anunciar a suspensão e expulsão de alunos que participaram nos protestos pró-Palestina, e isso mostra o quão desesperados estão por travar este nosso movimento. Mas temos o povo do nosso lado", assegurou Nerdeen Kiswani. 

Donald Trump argumentou que os manifestantes perderam os seus direitos de permanecer no país ao apoiar o grupo terrorista palestiniano Hamas, que controla Gaza. 

 Mas Khalil - que tinha um visto de residência permanente nos Estados Unidos - e outros líderes estudantis rejeitaram essas alegações, dizendo que são parte de um movimento antiguerra mais amplo, que também conta com estudantes e grupos judeus entre os seus apoiantes. 

Na semana passada, o Governo de Trump retirou 400 milhões de dólares (369 milhões de euros) em financiamento federal à Colúmbia devido ao que alegou ser o fracasso desta prestigiada instituição de ensino da 'Ivy League' em controlar o antissemitismo no seu campus. 

Mas, na quinta-feira, a Universidade informou que expulsou ou suspendeu vários estudantes que participaram em ações de solidariedade com a Palestina na última primavera e anulou diplomas a outros que se tinham graduado. 

Leia Também: Universidade de Columbia castiga estudantes solidários com Palestina

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