Venezuela e Rússia ultimam parceria estratégica (inclui setor energético)

Os governos da Venezuela e Rússia estão a preparar a assinatura de uma parceria estratégica este ano, quando celebram o 80.º aniversário das relações bilaterais, visando fortalecer a cooperação, incluindo no setor energético, e afirmação internacional conjunta.

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Lusa
14/03/2025 20:49 ‧ há 3 horas por Lusa

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O Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, afirmou ao homólogo russo, Vladimir Putin, com quem manteve uma videoconferência transmitida hoje pelo canal estatal Venezolana de Televisión (VTV), que o acordo de parceria estratégica em fase de conclusão elevará a cooperação ao "mais alto nível".

 

Reeleito em 2024 para um terceiro mandato numas eleições consideradas fraudulentas pela oposição e grande parte da comunidade regional e internacional, Maduro apontou como áreas de reforço da cooperação com Moscovo a economia, a saúde, a educação, os transportes, a ciência e a tecnologia, o turismo e o desporto, bem como a energia, que "está cada vez mais forte".

O anúncio surge após a decisão do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no final de fevereiro, de rescindir a licença que permitia ao gigante petrolífero norte-americano Chevron operar na Venezuela, apesar das sanções financeiras impostas por Washington contra o país das Caraíbas.

A decisão terá um impacto significativo nas receitas do Estado venezuelano, dependente das exportações petrolíferas.

Para o líder do regime chavista, Caracas e Moscovo compartilham uma visão "estratégica" do mundo e concordam que os seus laços devem ser baseados no "triunfo mútuo" das suas causas.

Por seu lado, Putin assegurou que o tratado de parceria estratégica entre os dois países está pronto e reiterou o seu convite a Maduro para visitar Moscovo para o assinar, "quando lhe for mais conveniente".

"Atingimos o nível das relações estratégicas", congratulou-se o líder russo, de acordo com a tradução oficial espanhola.

"O acordo de associação estratégica e de cooperação (...) estabelecerá uma base sólida para expandir ainda mais os laços bilaterais", continuou o Presidente russo.

Também sublinhou que gostaria de ver Maduro nas tradicionais celebrações do Dia da Vitória sobre a Alemanha Nazi, a 09 de maio, na capital russa.

Putin, há um quarto de século no poder e ele próprio reeleito em 2024 numas eleições política e mediaticamente controladas pelo Kremlin, foi um dos primeiros líderes a felicitar Maduro pela sua controversa reeleição nas eleições de 28 de julho de 2024.

O dirigente venezuelano, por seu lado, apoiou a Rússia antes e depois da invasão da Ucrânia, iniciada há três anos, e a anexação de cerca de um quinto do território ucraniano.

Para o Presidente venezuelano, ambas as nações têm a "confiança política" de que "outro mundo é possível", onde as relações são também "baseadas na igualdade" e no "respeito".

Trata-se, continuou, de um mundo pluricêntrico e multipolar, no qual as relações de cooperação são "a essência do trabalho entre os países".

Na conversa entre ambos, Maduro garantiu ao seu aliado que ordenou a organização de "uma profunda comemoração", simultaneamente "popular, política, institucional e militar", na Venezuela, por ocasião do 80.º aniversário da vitória soviética sobre a Alemanha nazi.

A celebração incluirá a inauguração em Caracas de um "grande monumento em homenagem ao exército libertador da Rússia, da União Soviética, o Exército Russo".

"Permitam-me que transmita ao povo da Rússia as nossas felicitações antecipadas pelo 80.º aniversário da grande vitória da grande Guerra Patriótica que marcou a história da humanidade, (...) a grande vitória da União Soviética, do Exército Vermelho, do povo russo sobre o nazi-fascismo", acrescentou.

Hugo Chávez, ex-Presidente venezuelano, e Putin "iniciaram uma grande era, poderíamos dizer a era do século XXI, entre relações que têm vindo a melhorar", disse Maduro.

"Posso dizer-lhe, caro Presidente Vladimir Putin, que entrámos numa fase de maturidade nas relações entre a Rússia e a Venezuela", adiantou.

Leia Também: Licença da Chevron? Fim "afeta" repatriamento de venezuelanos dos EUA

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