Professor chinês de universidade japonesa aparece após 2 anos de ausência

Um professor chinês de uma universidade da cidade de Kobe, no oeste do Japão, regressou à instituição após quase dois anos desaparecido, confirmou hoje a instituição.

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Lusa
14/03/2025 06:17 ‧ há 6 horas por Lusa

Mundo

Kobe

Hu Shiyun, que lecionava aulas de língua chinesa na Escola de Comunicação da Universidade Gakuin de Kobe, que chegou a dirigir, estava desaparecido desde o verão de 2023, depois de ter visitado a terra natal, na China.

 

Na altura, a imprensa japonesa avançou com a possibilidade de ele ter sido detido na China por suspeitas de espionagem.

Hu regressou ao Japão a 24 de janeiro, informou hoje a agência de notícias japonesa Kyodo.

Não se sabe porque é que o professor passou a estar incontactável e a universidade disse que ainda não decidiu se Hu vai retomar o seu trabalho, informou a Kyodo.

O homem desapareceu depois de ter chegado à China em agosto de 2023 para um trabalho de investigação. No mês seguinte, a família informou a universidade de que ele não podia regressar ao centro como previsto "devido a doença".

O desaparecimento de Hu ocorreu numa altura em que a China deteve várias pessoas, incluindo estrangeiros, por suspeita de envolvimento em atividades de espionagem.

Foi o caso de vários professores chineses com fortes laços e relações de trabalho com o Japão.

Em 2019, Yuan Keqin, professor da Universidade de Hokkaido, no norte de Hokkaido, foi detido no âmbito destas acusações e, em 2024, foi condenado a seis anos de prisão, de acordo com fontes familiarizadas com os procedimentos em torno do caso.

Fan Yuntao, professor na Tokyo Asia University, está desaparecido desde que visitou a China em fevereiro de 2023.

Tóquio e Pequim têm sérias divergências sobre uma série de questões, incluindo a disputa territorial sobre as ilhas Senkaku (administradas pelo Japão, mas reivindicadas pela China, que as designa por Diaoyu) e a descarga de água tratada contaminada da central nuclear de Fukushima, que sofreu um acidente, no Oceano Pacífico.

Na altura dos desaparecimentos, a rivalidade entre a China e os Estados Unidos, um importante aliado do Japão, tinha-se intensificado devido às tensões em torno de Taiwan.

Este foi outro fator que dificultou a aproximação entre Tóquio e Pequim, mas recentemente as relações sino-japonesas deram sinais de melhoria, o que poderá ter contribuído para o reaparecimento de Hu, segundo um especialista familiarizado com as relações bilaterais citado pela Kyodo.

Leia Também: China evita confirmar embate entre navios norte-coreano e chinês

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