"A declaração de Trump sobre Gaza é inaceitável", disse o ministro em entrevista à agência de notícias turca Anadolu.
"Expulsar [os palestinianos] de Gaza é uma questão que nem nós e nem os países da região podemos aceitar. Está fora de questão de discutir isso", afirmou Fidan.
Fidan recordou que todo o problema começou com a deportação de palestinianos e que a única saída para o problema é a solução de "dois Estados", com Jerusalém Oriental como capital palestiniana.
"Há um consenso geral que o problema pode ser resolvido com a solução de dois Estados. No entanto, Trump não está a tomar qualquer posição sobre a solução de dois Estados. Abrir o debate sobre a deportação de pessoas de Gaza é um erro e algo que não podemos aceitar. É mau", afirmou o ministro turco.
Quanto ao envio de tropas norte-americanas para Gaza, que Trump também mencionou após o encontro com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, Fidan declarou que tal medida não é aceitável para a Turquia ou para os outros países da região.
Fidan também manifestou hoje preocupação sobre a segunda fase do cessar-fogo em Gaza.
"A nossa preocupação é que Netanyahu possa reiniciar a guerra em Gaza depois de proteger os reféns. A questão-chave é o que os países garantes farão e o país mais influente nesse sentido são os Estados Unidos", disse ainda o ministro turco.
Donald Trump disse na terça-feira que quer que os Estados Unidos assumam o controlo da Faixa de Gaza e reconstruam o território, depois de os palestinianos serem reinstalados noutros locais.
Questionado sobre quantos palestinianos deveriam ser realojados, Trump respondeu: "Todos eles. Provavelmente 1,7 milhões, talvez 1,8 milhões. Mas penso que todos. Seriam reinstalados num local onde possam ter uma vida bonita".
Esta posição foi transmitida em conferência de imprensa, após o encontro com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, na Casa Branca.
Trump não excluiu a possibilidade de enviar tropas norte-americanas para apoiar a reconstrução de Gaza e considera que a participação dos EUA será de "longo prazo".
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