O raro desabrochar de uma planta ameaçada atraiu centenas de fãs a uma estufa em Sydney, na Austrália, esta quinta-feira, com filas com cerca de três horas para poder presenciar o fenómeno. No entanto, o cheiro desta planta não se assemelha a rosas e causa até indisposição, mas nem por isso afastou os mais curiosos.
A Amorphophallus titanum, conhecida por flor-cadáver, não tem este nome por acaso: a planta emite uma fragrância a meias de ginástica sujas e a lixo podre. Os fãs da espécie até decidiram nomear a espécie como 'Putricia', - uma mistura de pútrida (putrid, em inglês) e Patrícia - revela a agência de notícias Associated Press.
Ao longo de uma semana, a planta foi palco de uma exposição imponente em frente a uma cortina roxa e envolta na névoa de um humidificador no Jardim Botânico Royal de Sydney onde nenhuma flor da espécie tinha desabrochado nos últimos 15 anos.
Ao que tudo indica restam apenas 300 plantas na natureza e menos de mil com as de cultivo incluídas, e apenas desabrocham a cada 7 a 10 anos no habitat natural.
"O facto delas abrirem muito raramente, e então florescerem raramente, é obviamente algo que as coloca em desvantagem na natureza”, afirma a porta-voz do jardim Sophie Daniel autora da exibição da flor-cadáver. "Quando abrem têm de ter esperança que outra flor esteja a florescer por perto, porque elas não se podem autopolinizar", acrescenta, citada pela agência noticiosa.
Após sete anos no jardim, a flor-cadáver foi vista em dezembro, quando tinha apenas 25 centímetros de altura. Na quinta-feira, já tinha 1,6 metros.
"Tivemos algumas conversas no início sobre se deveríamos ou não ter sacos de vómito na sala", disse ainda Daniel, referindo que a ideia acabou por não ser implementada e indica que "não ouvi falar de ninguém realmente prejudicado".
Após desabrochar, começou o trabalho de polinização manual da planta, no jardim, num esforço para garantir a diversidade e a sobrevivência da espécie.
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