As senadoras republicanas Lisa Murkowski, do Alasca, e Susan Collins, do Maine, romperam com o presidente Donald Trump e os seus aliados que montaram uma extensa campanha pública para pressionar a confirmação de Hegseth.
A votação recebeu 51 votos a favor da nomeação de Hegseth e 49 contra, com uma votação final sobre a confirmação esperada para sexta-feira.
Veterano do Iraque e do Afeganistão, Hegseth, de 44 anos, é conhecido por defender políticas radicais como a militarização da fronteira com o México e restrições a mulheres e pessoas transexuais no exército norte-americano.
O ex-apresentador da Fox News e militar veterano teve a sua aptidão para a função questionada após a nomeação feita pelo presidente, Donald Trump, enquanto enfrentava alegações de consumo excessivo de álcool, abuso sexual ou má gestão financeira de um grupo sem fins lucrativos, as quais Hegseth nega.
O líder democrata do Senado, Chuck Schumer, implorou aos seus colegas que considerassem seriamente esta nomeação: "Este é o melhor homem que temos para liderar o maior exército do mundo?", questionou.
Lisa Murkowksi, numa longa declaração, afirmou que os comportamentos do nomeado por Trump "contrastam fortemente" com o que é esperado dos militares. Também se focou nas declarações de Hegseth de que mulheres não deveriam preencher papéis de combate militar.
Pete Hegseth procurou moderar essas polémicas declarações durante o processo de confirmação.
"Continuo preocupada com a mensagem que a confirmação do senhor Hegseth envia às mulheres que estão a servir [no Exército] atualmente e àquelas que desejam ingressar", escreveu a senadora nas redes sociais.
Lisa Murkowski indicou que o comportamento que Hegseth reconheceu, "incluindo infidelidade em várias ocasiões", mostra que toma más decisões.
"Esses comportamentos contrastam fortemente com os valores e a disciplina esperados dos membros do serviço [militar]", advogou ainda.
Susan Collins disse que, embora aprecie o "corajoso serviço militar de Hegseth e o seu compromisso contínuo com os militares e suas famílias", está preocupada com a falta de "experiência e a perspetiva necessárias para ter sucesso nas funções" para que foi nomeado.
A senadora admitiu ainda que, após uma longa discussão com Hegseth, "não ficou convencida de que a sua posição sobre mulheres a servir em funções de combate tenha mudado".
Raramente uma escolha de Gabinete encontrou tantas alegações de irregularidades. Trump apoia Hegseth, e o presidente do Comité de Serviços Armados do Senado rejeitou as alegações como factualmente imprecisas.
Será necessária uma maioria simples de senadores para confirmar a nomeação de Pete Hegseth. Grande parte dos republicanos, que detêm uma maioria de 53 assentos nessa câmara, sinalizou que apoiará o escolhido por Trump, embora o vice-presidente norte-americano, JD Vance, possa ser chamado a desempatar.
"Estou firme na minha avaliação de que o indicado, o senhor Hegseth, está preparado para ser o próximo secretário de Defesa", disse o senador republicano Roger Wicker, presidente do Comité de Serviços Armados do Senado, numa declaração na véspera da votação.
"O Senado precisa de confirmar este indicado o mais rapidamente possível", acrescentou.
Os indicados por um novo presidente para cargos de Segurança Nacional são frequentemente os primeiros a serem alinhados para confirmação, para garantir a segurança dos Estados Unidos interna e externamente.
O Senado já confirmou por maioria esmagadora Marco Rubio como secretário de Estado, assim como confirmou John Ratcliffe como diretor da CIA - a Agência Central de Inteligência do governo federal.
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