"Na última semana, houve uma aceleração do processo e os israelitas retiraram-se de um terço dos territórios que invadiram", declarou o ministro da Informação libanês, Ziad Makari, no final da reunião do Conselho de Ministros, citado num comunicado.
O ministro recordou que faltam apenas 20 dias para o final dos 60 dias estipulados no acordo de cessar-fogo entre Israel e o grupo xiita libanês Hezbollah, durante os quais as tropas israelitas devem retirar-se completamente do sul do Líbano e dar lugar ao destacamento do exército libanês.
A trégua entrou em vigor a 27 de novembro de 2024 e, desde então, as duas partes têm-se acusado mutuamente de repetidas violações.
Nos termos do acordo de tréguas, o exército libanês e as forças de manutenção da paz da ONU devem instalar-se no sul do Líbano e o exército israelita deve retirar-se no prazo de 60 dias.
O acordo prevê também a retirada do Hezbollah para um raio de cerca de 30 quilómetros da fronteira israelita.
O ministro afirmou que os representantes do mecanismo de supervisão do acordo, presidido pelos Estados Unidos da América (EUA), deram-lhe garantias no dia anterior de que "durante as próximas três semanas haverá uma retirada completa de Israel de todas as áreas" que invadiu no território libanês no início de outubro passado.
As tropas israelitas retiraram-se de todo o setor ocidental do sul do Líbano, mas ainda não abandonaram os setores oriental e central, informou Ziad Makari.
As declarações do ministro surgem poucas horas depois de o exército libanês ter anunciado que prossegue o seu destacamento em vários locais nos setores ocidental e central do sul do Líbano, após a retirada gradual das tropas israelitas.
De acordo com o comunicado, esta operação está a ser realizada em coordenação com as forças da missão de manutenção da paz da ONU no sul do Líbano (FINUL) e com os membros do mecanismo de controlo do cessar-fogo, presidido pelos EUA e que inclui também a França.
O enviado especial dos EUA, Amos Hochstein, confirmou na segunda-feira, a partir de Beirute, que as tropas israelitas que ainda se encontram no sul do Líbano serão retiradas até "estarem completamente fora" do território libanês, mas reconheceu que este processo "não é fácil".
O Hezbollah, aliado do Irão, abriu uma frente de apoio ao movimento islamita palestiniano Hamas contra Israel, no início da guerra na Faixa de Gaza, desencadeada a 07 de outubro de 2023 pelo ataque sem precedentes do Hamas ao sul de Israel, que causou cerca de 1.200 mortos e 250 reféns, segundo as autoridades israelitas.
O Hezbollah, o Hamas, os rebeldes Hutis do Iémen e vários grupos extremistas da região fazem parte do chamado "eixo de resistência" contra Israel liderado pelo Irão.
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