"Em tempos de guerras comerciais globais e emergências nacionais, a ausência de uma torre de controlo para os assuntos de Estado causaria graves danos à credibilidade, economia, segurança nacional e continuidade da governação do nosso país", disse Choi Sang-mok, numa conferência de imprensa.
De acordo com declarações citadas pela agência de notícias sul-coreana Yonhap, Choi pediu à Assembleia Nacional, em nome dos membros do Governo, que cancelasse a votação da possível destituição do presidente interino Han Duck-soo.
O parlamento deverá votar durante o dia um pedido de destituição do presidente interino, apresentado pelo principal partido da oposição, por Han se recusar a nomear juízes para o Tribunal Constitucional.
Se Han for destituído, Choi Sang-mok, que além de ministro das Finanças é também vice-primeiro-ministro para os Assuntos Económicos, será o próximo na fila para assumir o papel de presidente interino.
O Partido Democrático (oposição), cuja coligação controla o parlamento, tinha dado a Han Duck-soo até segunda-feira para nomear juízes para os lugares vagos no Tribunal Constitucional.
Este tribunal, que está a analisar o processo que levou à destituição do antecessor de Han, Yoon Suk-yeol, tem seis meses para pronunciar-se sobre a validade desta decisão.
O preenchimento dos três lugares vagos no Tribunal Constitucional desde outubro podia tornar a destituição de Yoon mais provável, uma vez que isto requer o apoio de pelo menos seis dos nove membros do juízo.
O pedido de destituição de Han Duck-soo foi apresentado depois do presidente interino ter dito que não ia nomear novos juízes para o Tribunal Constitucional até que o PD e o Partido do Poder Popular (PPP, no poder) chegarem a acordo.
O PD, que tem uma clara maioria parlamentar, quer propôr dois dos três juízes, enquanto o PPP insiste que ambos os partidos apresentem um candidato cada e cheguem a acordo sobre o terceiro.
A oposição tinha também exigido a criação de duas comissões especiais, incluindo uma para investigar a imposição por parte de Yoon da lei marcial, em 03 de dezembro, e o envio do exército para tentar impedir o parlamento de suspender este medida.
A Constituição sul-coreana prevê que o parlamento possa destituir o presidente por maioria de dois terços, e o primeiro-ministro e outros membros do governo por maioria simples.
A oposição, que tem 192 dos 300 lugares na Assembleia Nacional, afirma que só precisa de uma maioria simples para depor Han, uma vez que este é também primeiro-ministro.
O PPP defende que é necessária uma maioria de dois terços, uma vez que Han é o presidente interino.
Leia Também: Japão e EUA anunciam diretrizes de "dissuasão alargada" na defesa