Numa conferência de imprensa realizada no palácio presidencial, Zurabishvili declarou que "a única saída para a atual situação é convocar novas eleições legislativas".
Zurabishvili, que acusa o partido no poder, Sonho Georgiano, de ter manipulado as recentes legislativas no país, afirmou: "Estamos a lutar para conseguir" uma repetição das eleições.
"Sou a única instituição legítima que resta no país, o movimento de resistência começa", sublinhou, perante os diplomatas acreditados na nação caucasiana e os líderes da oposição.
A chefe de Estado georgiana associou a decisão do novo Governo de congelar as negociações de adesão à UE às palavras de satisfação hoje proferidas pelo Presidente russo, Vladimir Putin, no Cazaquistão, onde saudou a coragem dos políticos georgianos pró-russos que defenderam o seu ponto de vista.
Em Tbilissi, começaram vários protestos espontâneos em frente ao parlamento, à sede do partido Sonho Georgiano e ao palácio presidencial, onde se concentraram jovens com bandeiras da Geórgia e da UE.
Os manifestantes apelavam para a criação de "uma nova frente de batalha, de resistência e de insubordinação às autoridades", enquanto repetiam palavras de ordem como "Escravos!" e "Russos!" e bloqueavam a avenida central Rustaveli, em frente ao parlamento.
O primeiro-ministro georgiano, Irakli Kobajidze, anunciou hoje que a Geórgia congelará até 2028 o início das negociações para a sua adesão à Europa comunitária.
O anúncio ocorreu depois de o Parlamento Europeu ter aprovado hoje uma resolução rejeitando os resultados das eleições legislativas de outubro passado na Geórgia e apelando para a realização de novas eleições, tal como exigido pela oposição georgiana.
Kobajidze foi hoje confirmado como chefe do Governo numa sessão parlamentar em que participaram apenas os deputados pró-russos, uma vez que a oposição, que obteve 61 assentos parlamentares nas disputadas eleições, está a boicotar os trabalhos da legislatura.
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