"Antevemos que a inflação continue a subir nos próximos meses, e prevemos agora que a inflação suba para uma média de 5,3% em 2025, contra 3,2% em 2024", escrevem os analistas do departamento africano desta consultora britânica.
Num comentário à subida dos preços em março, enviado aos clientes e a que a Lusa teve acesso, a Oxford Economics escreve que " forte subida da inflação desde dezembro reflete a turbulência pós-eleitoral, que resultou em protestos generalizados, greves, vandalismo e encerramento temporário de fronteiras e portos".
Ainda assim, acrescentam, "o sentimento empresarial melhorou desde janeiro, com a diminuição da violência, com o índice dos gestores de compras (PMI) a recuperar para um nível superior a 50 pontos em março, pela primeira vez desde outubro".
"A inflação nos produtos alimentares e nas bebidas manteve-se elevada em comparação com o mínimo de 4,9% registado em maior de 2024, impactada pelos "elevados preços regionais do milho branco e do impacto da escassez de divisas nos importadores de produtos alimentares", apontam os analistas.
Na semana passada, o Instituto Nacional de Estatística anunciou que os preços em Moçambique subiram ligeiramente, 0,06%, em março, sobretudo devido ao calçado e vestuário, com a inflação homóloga a chegar aos 4,77%.
O Índice de Preços no Consumidor (IPC) do INE indica que Moçambique "registou um aumento de preços na ordem de 0,06%" face a fevereiro (0,52%), em que se destacou o vestuário e calçado, ao contribuir no total da variação mensal com 0,05 pontos percentuais positivos.
Trata-se da sétima subida mensal consecutiva, depois de o IPC ter registado quatro meses de deflação: 0,11% em agosto, 0,05% em julho, 0,21% em junho e 0,38% em maio.
O INE refere igualmente que, quando comparado com 2024, o IPC indica uma subida de preços homóloga de 4,77%, influenciada sobretudo pelas divisões de alimentação e bebidas não alcoólicas e de restaurantes, hotéis, cafés e similares, que aumentaram num ano 12,08% e 6,09%, respetivamente.
A inflação acumulada de 2024, segundo dados anteriores do INE, fixou-se nos 4,15%, que compara com os 5,3% de 2023, mas abaixo do pico de quase 13% atingido em julho de 2022.
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