PRR? TCE fala em impacto "limitado" no mercado de trabalho em Portugal

O Tribunal de Contas Europeu (TCE) considera, num relatório hoje divulgado, que o impacto das reformas ligadas ao mercado de trabalho do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) é "limitado", apenas dando uma "resposta marginal" às recomendações comunitárias.

Notícia

© shutterstock

Lusa
26/03/2025 16:08 ‧ há 3 dias por Lusa

Economia

PRR

"A auditoria conclui que, até à data, as reformas do mercado de trabalho incluídas nos PRR nacionais alcançaram as concretizações previstas e alguns resultados, mas deram apenas uma resposta parcial aos desafios estruturais do mercado de trabalho assinalados no Semestre Europeu", indica o TCE num relatório com os resultados de uma análise baseada numa amostra de quatro países da UE, incluindo Bélgica, Grécia, Espanha e Portugal.

 

No âmbito do PRR português, estão em causa quatro reformas ligadas ao mercado de trabalho, entre as quais a reforma do ensino e formação profissionais, a reforma da cooperação entre ensino superior e administração pública e empresas, a agenda de promoção do trabalho digno e o combate às desigualdades entre mulheres e homens.

Destas, só duas foram executadas no prazo analisado pelo TCE, como a cooperação entre ensino superior e administração pública e empresas e a agenda de promoção do trabalho digno, concluídas, respetivamente, no segundo trimestre de 2021 e no primeiro trimestre de 2023. O PRR tem uma execução prevista até final de 2026.

"Em Portugal, a agenda de promoção do trabalho digno visa reforçar as medidas adotadas nos últimos anos que combatem a segmentação do mercado de trabalho e promovem a negociação coletiva, a fim de proteger os direitos laborais, nomeadamente através da regulamentação do trabalho em plataformas para responder aos novos desafios criados pelas relações laborais atípicas. Até à data, os dados do Eurostat [gabinete estatístico da UE] mostram apenas uma diminuição limitada da percentagem global de trabalhadores temporários entre o segundo trimestre de 2023 e o segundo trimestre de 2024 - ou seja, 1,9 pontos percentuais, de 17,9% para 16%", é indicado no relatório hoje publicado pelo TCE.

Além disso, de acordo com o auditor da UE, "as autoridades [portuguesas] não conseguiram fornecer elementos de prova sobre em que medida os trabalhadores das plataformas contribuíram para essa alteração".

Por conseguinte, o tribunal considera que "os resultados desta reforma são limitados", segundo é indicado no relatório.

No seu conjunto, as "reformas assinaladas dão uma resposta marginal às sub-recomendações pertinentes para o mercado de trabalho", acrescenta-se.

Especificando que Portugal foi objeto de uma sub-recomendação no sentido de apoiar o emprego na preservação dos postos de trabalho, o TCE fala numa "resposta marginal" pois "centrou-se nos direitos laborais e não no apoio ao emprego ou na sua preservação".

Ao todo, o PRR português tem um valor de 22,2 mil milhões de euros, com 16,3 mil milhões de euros em subvenções e 5,9 mil milhões de euros em empréstimos do Mecanismo de Recuperação e Resiliência, que dizem respeito a 376 investimentos e a 87 reformas.

Atualmente, o país já recebeu 8,49 mil milhões de euros em subvenções e 2,9 mil milhões de euros em empréstimos e a taxa de execução do plano é de 32%.

Leia Também: PRR. Pagamentos ultrapassam 7.000 milhões (220 milhões na última semana)

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas