O país, que faz fronteira com a Rússia, gasta atualmente pouco mais de 3% no setor da defesa.
Com a promessa do Presidente, a Lituânia torna-se a primeira nação da Aliança Atlântica a prometer atingir a meta de 5% que foi recentemente proposta pelo Presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump.
Nausada disse que a "decisão histórica" foi tomada hoje pelo Conselho de Defesa do Estado.
Atingir o objetivo pode fazer da Lituânia o país da NATO que mais gasta em Defesa, em termos de percentagem da produção económica.
A Polónia é o país da NATO que atualmente mais gasta na Defesa, com 4%, e pretende aumentar o valor.
A aliança atlântica estabelece atualmente um investimento de 2% dos PIB nacionais, uma meta que o Governo português quer atingir em 2029.
"A possibilidade de uma agressão militar russa continua a ser real, mas não iminente. Precisamos de aumentar os nossos esforços para fortalecer significativamente a defesa e a dissuasão, dedicando mais recursos para esse fim", disse Nauseda aos jornalistas em conferência de imprensa após a reunião em Vilnius.
Trump, que toma posse como chefe de Estado no dia 20 de janeiro, expressou durante vários anos ceticismo em relação à NATO, questionando abertamente o valor da aliança que definiu a política externa norte-americana durante décadas e ameaçando não defender os membros que não cumprem as metas de gastos com a defesa.
No início de janeiro, Trump afirmou que os países da NATO deveriam gastar pelo menos 5% do PIB em defesa.
Trump disse também que não excluiria o uso de força militar para tomar o controlo da Gronelândia, um território autónomo pertencente à Dinamarca, país membro da NATO.
"A nossa segurança também é garantida pela nossa adesão à NATO, mas só será eficaz se estivermos preparados para nos defendermos", disse Nauseda.
Falando na mesma conferência de imprensa, o ministro da Defesa lituano, Dovile Sakaliene, disse que o financiamento adicional seria destinado a pagamentos antecipados de tanques Leopard (fabrico alemão), sistemas de defesa aérea e outros equipamentos.
Sakaliene faz parte do novo governo de centro-esquerda da Lituânia que tomou posse no ano passado, prometendo fazer da segurança uma prioridade fundamental para a nação de pouco menos de três milhões de habitantes.
Numa das primeiras medidas, no passado mês de dezembro, aumentou o limite de empréstimos internacionais do Estado, com o objetivo de pedir dinheiro emprestado para investimentos na defesa.
A reação dos líderes europeus da NATO ao apelo de Trump para aumentar maciçamente os investimentos na defesa não tem sido unânime, com alguns dirigentes a sublinharem as dificuldades, enquanto outros - particularmente os da frente oriental da NATO que se sentem mais vulneráveis - estão a apoiar o aumento dos gastos.
Alguns líderes na região oriental consideram que, apesar dos custos, o reforço da dissuasão agora seria muito menos dispendioso do que enfrentar a agressão russa mais tarde.
Margarita Seselgyte, diretora do Instituto de Relações Internacionais e Ciência Política de Vilnius, argumentou, em declarações à agência Associated Press, que é necessário aumentar a despesa com a defesa porque a Rússia não mostra sinais de ceder na guerra de quase três anos na Ucrânia.
"Somos um Estado da linha da frente e devemos atuar como tal. A guerra está a decorrer e a produção militar russa está a funcionar em pleno", disse.
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