Problema na Segurança Social é apenas pequena parte da descapitalização

O professor catedrático João César das Neves defendeu hoje, em Lisboa, que o problema da sustentabilidade da Segurança Social é apenas uma pequena parte "do drama social" da descapitalização do país.

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Lusa
07/01/2025 17:16 ‧ ontem por Lusa

Economia

César das Neves

João César das Neves reagia ao conjunto de propostas para garantir a sustentabilidade financeira da Segurança Social, apresentado pelo economista e professor da Universidade Nova de Lisboa, Jorge Bravo.

 

"O problema não devia ser só da Segurança Social, mas do país. É apenas uma pequena parte do drama social -- falta de capital do país. Temos um problema gravíssimo de descapitalização do país", afirmou César das Neves, que falava na conferência "Fórum Produtividade & Inovação", que decorre em Lisboa, dedicada ao tema Reforma da Segurança Social.

Nesta iniciativa, organizada pela SEDES - Associação para o Desenvolvimento Económico e Social e pela Fundação AEP -- Associação Empresarial de Portugal, o professor Jorge Bravo apresentou várias propostas tendo em vista a sustentabilidade da Segurança Social, onde se inclui a reforma estrutural dos sistemas de proteção social, a criação de um sistema de seguros sociais autónomos para as contingências imediatas, a reforma do pagamento de pensões e do fundo de estabilização financeira, bem como pensões mínimas contributivas.

César das Neves disse "aplaudir de pé" estas propostas, que recorrem a formas aplicadas noutros países, com sucesso, mas ressalvou que "falta um estúpido que vá dizer isto aos pensionistas e aos sindicatos".

Assim, o docente referiu ser provável que "estas coisas maravilhosas" acabem por não ser aplicadas.

João César das Neves afirmou ainda que não há um problema económico da Segurança Social, mas financeiro, uma vez que, apesar de existirem menos pessoas a trabalhar, a produção aumentou.

Por outro lado, assegurou não existir o perigo de as pessoas perderem a sua proteção social.

"Os pensionistas são muitos e votam todos", apontou.

Já o professor universitário e economista Miguel Coelho disse, relativamente à fusão da Segurança Social com a Caixa Geral de Aposentações, outra das propostas, que o Sistema da Segurança Social está em défice, mas tem dúvidas de que este modelo faça sentido.

No que diz respeito ao sistema de seguros autónomos, acredita existir vantagens nesta opção, sublinhando que a TSU (Taxa Social Única) serve apenas como uma referência e não traduz a distribuição das contribuições pelas respetivas contingências.

Miguel Coelho notou também que "certamente existem formas mais profissionais de gerir" o património do fundo de estabilização financeira da Segurança Social, mas classificou esta matéria como importante para a solidificação do sistema.

"Não temos muito tempo para fazer a mudança, mas temos de ser inteligentes a propor a mudança. Temos de pensar em como vamos fazer passar isto lá para fora, em particular para as gerações mais novas, que julgo mais recetivas a perceber que é preciso mudar, ainda que não tenham a força política para o fazer", concluiu.

Leia Também: Subsídio de desemprego parcial custou 27,5 milhões de euros até novembro

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