O Benfica esqueceu o tropeção frente ao Arouca com um triunfo categórico na visita ao Vitória SC (3-0), em plena noite de sábado que encerrou a 30.ª jornada da I Liga. As águias sabiam que a margem de erro era nula, após a vitória do Sporting, 24 horas antes, diante do Moreirense, e saíram de Guimarães com os três pontos no bolso e que permitiram igualar o rival no topo da tabela classificativa, onde ambos moram agora com 72 pontos, pese embora os leões tenham vantagem, neste momento, no confronto direto.
No entanto, a noite (chuvosa) em Guimarães foi tudo menos fácil, apesar do resultado avolumado. O Benfica sentiu dificuldades perante um Vitória atrevido, mas também revelou argumentos na saída de pressão que lhe garantem estofo numa altura tão determinante da temporada.
Pavlidis abriu o marcador aos 21 minutos, finalizando uma jogada de contra-ataque, e fixou o resultado final aos 84 minutos, após um brinde de Bruno Varela. Pelo meio, Álvaro Carreras também fez um (belo) golo e deu outro colorido a uma exibição que esteve longe de ser convincente para tudo e para todos.
Vamos aos protagonistas.
A figura
Vangelis Pavlidis voltou a mostrar que, afinal, tem qualidade para ser o ponta de lança titular no Benfica. O avançado grego não precisou de muitas oportunidades para marcar, mostrando posicionamento e faro pelo golo. Além disso, o entrosamento com os colegas de equipa é cada vez maior e o 'matador' grego sente-se muito à vontade em baixar e distribuir para o extremo mais bem posicionado, mas sem nunca perder a noção de que tem de recuperar terreno para estar no sítio certo para finalizar. São já 27 golos em 48 jogos e está apenas seis tentos de igualar a melhor marca pessoal na carreira - 33 golos na época transata, ao serviço do AZ Alkmaar.
🇬🇷Vangelis Pavlidis marcou 20 golos nos primeiros quatro meses de 2025. Sete golos nos últimos quatro jogos, uma média de 1,75 golos/jogo.
— Playmaker (@playmaker_PT) April 19, 2025
De agosto até dezembro 2024, o avançado grego tinha apontado 9 golos. pic.twitter.com/PSHpqkmOWe
A surpresa
Trubin foi outro elemento decisivo nesta partida. O guardião ucraniano colecionou vários erros ao longo desta temporada, alguns deles gritantes, mas na noite de ontem foi sublime, com duas defesas monumentais. A primeira, nos primeiros 45 minutos, em resposta a cabeceamento de Filipe Relvas, e a segunda já depois do segundo golo das águias, com Chuchu Ramírez a ficar chocado perante os reflexos do guardião encarnado. É caso para dizer que Trubin levou os vitorianos ao desespero.
A desilusão
Na outra baliza o Castelo desmoronou por completo com Bruno Varela a 'meter água' tanto no golo de Carreras, no qual parece surpreendido, como no segundo tento de Pavlidis, uma vez que tenta segurar o livre direto de Kokçu e acaba por assistir, de forma involuntária, o grego. Noite para esquecer...
Os treinadores
Luís Freire
Derrotar um Benfica que vinha com vontade de vingar o empate caseiro na última ronda seria uma missão complicada para qualquer equipa, mas o Vitória não teve medo de jogar olhos nos olhos com o adversário e de assumir as despesas do jogo. No entanto, faltou eficácia ao conjunto de Luís Freire, que bem se pode queixar de alguma falta de sorte (ou pontaria?).
Bruno Lage
O treinador das águias não se deixou influenciar pelo mau resultado frente ao Arouca e apostou no mesmo onze, vendo a equipa responder a um nível... razoável. A primeira parte foi melhor que a segunda, mas a bem da verdade nesta altura do campeonato os treinadores estão mais preocupados em ganhar do que em jogar bem. Nota para o facto de a saída forçada de Di María ter libertado a equipa, que passou a ter mais dinâmica no lado esquerdo com a entrada do irreverente Schjelderup.
O árbitro
Apesar do jogo ter sido disputado a alta intensidade, o árbitro Gustavo Correia acabou por ter uma noite tranquila, não tendo de lidar com lances de grande dúvida.
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