Jasleen Kaur, de 38 anos, foi distinguida na 40.ª edição do prémio pela sua exposição "Alter Altar", que esteve patente de março a outubro do ano passado na galeria Tramway, em Glasgow, na Escócia, cidade natal da artista.
O júri destacou "a forma como Kaur entrelaça o pessoal, o político e o espiritual" nesta exposição, "coreografando uma experiência visual e sonora que sugere solidariedade e alegria", e demonstra "capacidade para reunir vozes diferentes através de combinações inesperadas e divertidas de materiais, desde [latas do refrigerante] Irn-Bru a fotografias de família", sem esquecer um velho Ford Escort vermelho, coberto por um longo 'naperon' de renda, que se revelou um dos protagonistas da mostra.
"Alter Altar" combina escultura, impressão, instalações sonoras, que vão da música pop a rituais indianos e à tradição devocional sufi, "criando uma polifonia de referências e experiências", numa "mistura inebriante de histórias e iconografias pessoais, políticas, sociais e religiosas".
Objetos aparentemente comuns fazem referência ao dualismo "político-místico" - uma figura da herança indiana da artista - e oferecem um espaço comum de encontro, reflexão e resistência, lê-se no comunicado do Turner Prize 2024.
O prémio, no valor de 25 mil libras (cerca de 30 mil euros), foi entregue hoje à noite a Jasleen Kaur, pelo ator James Norton, numa cerimónia que decorreu na Tate Britain, assinalando o regresso do prémio ao seu local de origem, ao fim de seis anos.
O júri felicitou os quatro finalistas - Jasleen Kaur, Pio Abad, Claudette Johnson e Delaine Le Bas -, que definiu como representantes "do elevado padrão da arte britânica da atualidade", assumindo, cada um a seu modo, "um sentido íntimo de si próprios, de família e de comunidade na circulação de culturas, crenças e ideias".
O júri do Prémio Turner 2024, presidido pelo diretor da Tate Britain, Alex Farquharson, foi composto pela diretora do Wysing Arts Centre, Rosie Cooper, o escritor e curador Ekow Eshun, o diretor-geral da Japan House London, Sam Thorne, e pela curadora e historiadora de arte Lydia Yee.
A exposição dos quatro finalistas está patente na Tate Britain até 16 de fevereiro de 2025.
O Prémio Turner tem por objetivo "promover o debate público dos novos desenvolvimentos da arte britânica contemporânea". Criado em 1984, reconhece todos os anos um projeto expositivo do trabalho de um artista britânico.
Entre os vencedores de anteriores edições estão Malcolm Morley (1984), Gilbert & George (1986), Anish Kapoor (1991), Damien Hirst (1995), Steve McQueen (1999), Wolfgang Tillmans (2000), Susan Philipsz (2010), Elizabeth Price (2012), Laure Prouvost (2013), Helen Marten (2016), Veronica Ryan (2022) e Jesse Darling (2023).
Em 2019, o júri do Prémio Turner distinguiu o conjunto de quatro finalistas: Lawrence Abu Hamdan, Helen Cammock, Tai Shani e Oscar Murillo.
A edição de 2024 do Prémio Turner foi apoiada pela Fundação Uggla e The John Browne Charitable Trust.
No próximo ano, o vencedor será anunciado na cidade de Bradford, Capital Europeia da Cultura 2025, que acolherá a exposição de finalistas na Cartwright Hall Art Gallery.
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