Dos 97 despedimentos, 54 são na fábrica Stellantis em Pomigliano d'Arco, perto de Nápoles, onde os trabalhadores da Trasnova bloquearam as entradas de mercadorias da fábrica durante dias, paralisando efetivamente a produção.
Os restantes trabalham nas fábricas de Stellantis Mirafiori, Piedimonte San Germano e Melfi.
Os despedimentos são reflexo da incerteza quanto ao futuro da produção da Stellantis em Itália, que aumentou após a recente demissão de Carlos Tavares do cargo de diretor-geral.
Elly Schlein, líder do Partido Democrático (PD), de centro-esquerda e na oposição, apelou à intervenção do Governo da primeira-ministra Giorgia Meloni.
"Os despedimentos que chegaram esta manhã são inaceitáveis e exigimos que este procedimento seja interrompido imediatamente", disse Schlein ao encontrar-se com os trabalhadores da Trasnova em Pomigliano.
"Estes trabalhadores mantêm o nosso país de pé. Não se pode deixar 400 famílias na rua, especialmente antes do Natal. Temos de dar perspetivas", acrescentou, referindo-se às conversações do Governo com a Stellantis sobre o setor automóvel.
A eurodeputada reiterou ainda o seu pedido para que o presidente da Stellantis, John Elkann, apresente um relatório ao Parlamento sobre a situação do grupo.
O Governo terá reservado 750 milhões de euros para o construtor automóvel, desde que lhe sejam dadas garantias quanto à manutenção da produção em Itália, onde a Stellantis suprimiu milhares de postos de trabalho nos últimos dois anos.
Este facto suscitou críticas por parte daqueles que afirmam que o construtor, na sua atual e anterior versão como Fiat, foi beneficiário de uma grande generosidade estatal que não evitou os cortes de postos de trabalho e os receios de mais reduções e deslocalizações.
Carlos Tavares demitiu-se na semana passada devido a divergências com o Conselho de Administração, informou a Stellantis.
A empresa desmentiu as notícias de que o empresário receberá um "aperto de mão dourado" de 100 milhões de euros, afirmando, em vez disso, que não será superior a 36 milhões.