A UE assumiu esta posição um dia depois de Donald Trump ter tomado uma decisão semelhante sobre a aplicação dessas tarifas, mas o Presidente norte-americano não deixou de elogiar a postura da liderança do bloco europeu.
"Estavam prontos para anunciar retaliações. Depois souberam o que tínhamos feito em relação à China e a outros (...) e disseram a si próprios: 'sabem uma coisa, vamos conter-nos um pouco'", explicou Trump.
Nessa declaração, Trump repetiu críticas que fez no passado aos líderes europeus, nomeadamente que a UE tinha sido "projetada com o objetivo de tirar partido dos Estados Unidos".
Trump anunciou ainda que o Governo norte-americano está "muito perto" de chegar a um acordo comercial inicial sobre as tarifas, mas avisou que não vai aceitar nenhuma condição que não beneficie os Estados Unidos.
"Acho que está muito perto, mas, bem, temos de chegar a um acordo que nos agrade. Não queremos um mau acordo", disse Trump durante uma reunião de gabinete.
Trump acrescentou que vai recorrer a grandes escritórios de advogados para as negociações com vários países.
"Penso que vamos tentar recorrer a estas empresas de prestígio para obter ajuda, porque temos muitos países e queremos fechar acordos que beneficiem os Estados Unidos. Não podemos simplesmente fechar acordos facilmente; queremos que sejam justos", salientou.
A reunião do gabinete ocorreu um dia depois de Trump ter declarado uma trégua parcial de 90 dias sobre as tarifas anunciadas a 02 de abril para todos os parceiros comerciais, exceto para a China, para quem aumentou as tarifas para 125%, elevando a tarifa total do país para 145%.
Trump recusou esclarecer quais os países que já contactaram Washington, embora na quarta-feira tenha mencionado conversações em curso com delegações do Vietname, do Japão, da Coreia do Sul e da Índia.
"Estamos a lidar com pessoas muito inteligentes em todo o mundo. Grandes génios, na verdade. Vejam o que fizeram ao nosso país. E, repito, não culpo a China. Não culpo ninguém. (...) Tudo o que precisávamos era de um Presidente que soubesse o que estava a acontecer", disse Trump.
No que diz respeito à UE, o comissário europeu para o Comércio e a Segurança Económica, Maros Sefcovic, transmitiu ao Governo norte-americano a vontade de a UE entrar em "negociações substanciais".
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