A comutação das penas pela alegada tentativa de golpe, em maio de 2024, foi feita pelo Presidente democrático-congolês, Felix Tshisekedi.
De acordo com uma fonte oficial citada hoje pelos meios de comunicação social locais, os cidadãos norte-americanos irão cumprir as suas penas, que incluem trabalhos forçados, nos EUA.
Em 02 de abril, a porta-voz de Tshisekedi, Tina Salama, comunicou a concessão de uma "medida individual de clemência" a Marcel Malanga, de 20 anos, filho do alegado líder do golpe de Estado falhado, o ativista democrático-congolês da diáspora Christian Malanga, que foi morto pelas Forças Armadas da República Democrática do Congo (RDCongo) durante os acontecimentos.
Foram igualmente comutadas as penas de Benjamin Reuben Zalman-Polun e Taylor Thomson.
O acordo para a entrega dos norte-americanos coincidiu com uma visita à RDCongo de Massad Boulos, o principal conselheiro do Presidente dos EUA, Donald Trump, para África, que se reuniu com Tshisekedi na capital, Kinshasa, para avançar com um pacto destinado a impulsionar milhares de milhões de euros de investimento dos EUA no setor mineiro democrático-congolês.
Os três norte-americanos integravam um grupo de 37 pessoas condenadas à morte em 13 de setembro pelo tribunal militar de Kinshasa, de um total de 51 réus.
Os condenados foram considerados culpados das acusações de associação criminosa, atentado, terrorismo e posse ilegal de armas e munições de guerra, enquanto 13 pessoas foram absolvidas por não terem sido provadas as acusações e um dos arguidos foi absolvido por os seus problemas de saúde mental terem sido considerados factos atenuantes.
Durante a madrugada de 19 de maio de 2024, dezenas de atacantes democrático-congoleses e estrangeiros, liderados por Christian Malanga, invadiram o palácio presidencial com o objetivo de depor Tshisekedi.
Durante o assalto, Christian Malanga, que se dizia ex-militar, publicou na rede social Facebook vídeos que mostravam um grupo de homens armados em uniforme militar no átrio e nos jardins do Palácio Presidencial, a residência oficial de Tshisekedi, embora o Presidente não passe lá a noite.
"Desfrutem da libertação do nosso novo Zaire", gritava Malanga em inglês, enquanto os agressores queimavam bandeiras da RDCongo e carregavam bandeiras do Zaire, o antigo nome do país durante a ditadura de Mobutu Sese Seko (1971-1997).
Christian Malanga, 41 anos, que se autointitulava comandante, era bem conhecido nos círculos da diáspora democrático-congolesa nos EUA pelos seus discursos contra o poder vigente em Kinshasa.
Liderou o movimento "Novo Zaire" e o Partido Congolês Unido (PCU) e chegou a declarar a sua intenção de se candidatar à Presidência do país.
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