O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou, esta quarta-feira, que as palavras do seu homólogo russo, Vladimir Putin, são "muito diferentes da realidade", depois de o seu rival ter conversado, por via telefónica, com o chefe de Estado norte-americano, Donald Trump, sobre o conflito.
"Mesmo esta noite, após a conversa de Putin com Trump, quando Putin alegadamente disse que tinha dado ordem para parar os ataques a alvos energéticos ucranianos, 150 drones atingiram infraestruturas e transportes energéticos", disse Zelensky, numa conferência de imprensa, em Helsínquia, com o presidente da Finlândia, Alexander Stubb.
O presidente da Ucrânia disse ainda que foram atingidos dois hospitais, incluindo um na região norte de Sumy, e defendeu que a pressão conjunta sobre a Rússia é "necessária como condição prévia para a paz".
Na mesma conferência de imprensa, Zelensky confirmou que vai falar hoje com Trump para discutir pormenores da reunião deste domingo entre Estados Unidos e Rússia em Jeddah.
Recorde-se que Trump acordou com Putin uma trégua de 30 dias limitada às infraestruturas energéticas.
Após uma conversa telefónica, Donald Trump e Vladimir Putin também acordaram iniciar as negociações de paz de imediato, indicou um comunicado da presidência norte-americana. As futuras negociações vão ter lugar no Médio Oriente.
Moscovo concordou também com a troca de 350 prisioneiros de guerra - 175 de cada lado - com a Ucrânia, na quarta-feira e, como gesto de boa vontade, Putin informou que Moscovo ia entregar 23 prisioneiros gravemente feridos a Kyiv.
A Rússia estabeleceu condições para o fim das hostilidades, incluindo o fim do rearmamento de Kyiv, e a interrupção da ajuda militar ocidental às forças ucranianas.
Além da suspensão dos ataques às infraestruturas, a Casa Branca assinalou também "negociações técnicas sobre o estabelecimento de um cessar-fogo marítimo no mar Negro, um cessar-fogo abrangente e uma paz duradoura" na Ucrânia.
Desde que regressou ao poder, em 20 de janeiro, Donald Trump iniciou uma reaproximação à Rússia, após o congelamento de relações entre os dois países durante o mandato de Biden, devido à invasão da Ucrânia.
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