Numa entrevista à radio Deutschlandfunk, a ministra cessante Annalena Baerbock afirmou que se a Rússia aceitar a proposta norte-americana de um cessar-fogo de 30 dias na Ucrânia, não se trata de "negociações de paz propriamente ditas": "Apenas significa que podemos falar".
Na recente reunião de ministros do G7, Baerbock transmitiu ao seu homologo dos Estados Unidos, Marco Rubio, que a Europa aprendeu a lição dos Acordos de Minsk, celebrados em 2014.
"Não deve acontecer o mesmo, em que todos esperavam que as coisas não corressem mal. As negociações de então só serviram para que Putin preparasse durante oito anos esta grande e brutal guerra", assegurou.
Quanto à proposta de cessar-fogo, que foi aceite por Kyiv, a ministra salientou que a bola está agora no campo de Moscovo.
No entanto, considerou que agora é difícil ao Presidente russo "vender à sua população" que os três anos de guerra fizeram sentido, uma vez que não conseguiu alcançar o objetivo de instalar um Governo em Kyiv nem dividir a NATO.
Questionada sobre as divergências políticas com a administração de Donald Trump nos Estados Unidos e sobre as suas declarações sobre querer anexar o Canadá e a Gronelândia, a ministra relativizou a situação, dizendo não ser possível estar sempre de acordo em tudo e salientou a importância do diálogo.
"Cada vez mais atores desafiam a ordem internacional baseada em regras. Também nas nossas democracias, cada vez mais atores o fazem. A nova administração dos Estados Unidos ainda não decidiu de que lado está", acrescentou.
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