O chefe da diplomacia russa, sob sanções europeias, vai a Malta na quinta-feira para uma reunião da OSCE, na primeira deslocação à União Europeia (UE) desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, em fevereiro de 2022, anunciou hoje Moscovo.
A Ucrânia não reagiu, até agora.
"A 05 e 06 de dezembro, o ministro dos Negócios Estrangeiros [Serguei Lavrov] e uma delegação russa participarão na próxima reunião do Conselho Ministerial da OSCE (Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa)" em Malta, declarou a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, no seu 'briefing' diário.
Esta visita ocorre num contexto de especulações sobre o lançamento de um possível processo de paz em torno da Ucrânia, militarmente apoiada pelos países da UE, e a um mês e meio do regresso à Casa Branca do republicano Donald Trump, que faz Kyiv temer o fim da vital ajuda norte-americana.
O chanceler alemão, Olaf Scholz, foi o primeiro dirigente ocidental a retomar o contacto com o Presidente russo, Vladimir Putin, em meados de novembro, numa chamada telefónica, a primeira entre os dois líderes desde o final de 2022.
Essa iniciativa de Berlim provocou a ira de Kyiv -- considerando o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que Scholz tinha aberto a "caixa de Pandora" - e a incompreensão de outros Governos europeus, determinados a continuar a armar a Ucrânia para que, chegado o momento, Kyiv pudesse enfrentar Moscovo à mesa das negociações numa posição de força.
A última visita de Lavrov à UE foi à Suécia, em dezembro de 2021, de acordo com o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, por ocasião de outra reunião da OSCE, concebida na era da Guerra Fria como uma plataforma de diálogo Leste-Oeste.
Desde que Putin ordenou ao seu Exército que atacasse a Ucrânia, a 24 de fevereiro de 2022, as comunicações diplomáticas entre Lavrov e o Ocidente têm-se limitado principalmente às reuniões da ONU em Nova Iorque.
No final de 2023, o ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE) russo deslocou-se à Macedónia do Norte, país europeu membro da NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte, bloco de defesa ocidental), para outra reunião da OSCE.
A sua presença em Skopje levou vários países - Ucrânia, Estados Bálticos e Polónia - a boicotar a reunião ministerial.
A grande maioria dos outros participantes confrontou Lavrov, condenando um após o outro uma "agressão injustificada e injustificável", embora o ministro russo não tenha ouvido tudo, abandonando a sala de reuniões em várias ocasiões.
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