"Entre os mortos, 66 são xiitas e 16 sunitas", disse um funcionário da administração local à agência francesa AFP, sob a condição de não ser identificado.
A violência afeta o distrito de Kurram, na província de Khyber-Pakhtunkhwa, desde o verão.
O anterior balanço, divulgado no sábado, era de 75 mortos em três dias.
As autoridades locais relataram hoje "tiroteios ligeiros e pesados em várias zonas", mas sem registo de vítimas desde sábado à noite (hora local).
Na quinta-feira, cerca de 10 assaltantes dispararam contra dois comboios que transportavam famílias xiitas sob escolta policial, de que resultaram 43 mortos.
Em represália, na sexta-feira e no sábado, os xiitas atacaram bairros sunitas, incendiando centenas de lojas e casas, disseram à AFP residentes e autoridades locais.
Desde então, a rede de telemóveis foi cortada em Kurram, tal como o tráfego na principal via rápida do distrito.
Desde julho, o conflito entre sunitas e xiitas em Kurram, nas montanhas que fazem fronteira com o Afeganistão, causou mais de 160 mortos, segundo fontes concordantes.
Após algumas semanas de acalmia, as hostilidades entre tribos de diferentes convicções, nomeadamente por causa da terra, recomeçaram apesar das tréguas decretadas pelos conselhos tribais.
No distrito de Kurram, uma antiga zona tribal onde prevalecem os códigos de honra tribais, as forças de segurança têm tido dificuldades em impor a lei.
Uma delegação de oficiais superiores chegou no sábado a Parachinar, a principal cidade do distrito e um reduto xiita, e foram disparados tiros, mas sem registo de vítimas ou danos no helicóptero que a transportou.
"Esta delegação manteve discussões pormenorizadas com a comunidade xiita no sábado e vai encontrar-se [hoje] com os sunitas", que constituem a grande maioria no país do sul da Ásia, informou a administração local.
"A nossa prioridade é conseguir um cessar-fogo de ambas as partes", declarou o Ministério da Justiça da província.
"Quando isso acontecer, poderemos falar de outras questões", acrescentou.
No Paquistão, um país muçulmano de maioria sunita, os xiitas há muito que se dizem vítimas de discriminação e violência.
Leia Também: Mais de três dezenas de mortos em confrontos no Paquistão