Coreia do Sul ausente de homenagem no Japão a vítimas de trabalho forçado

A Coreia do Sul não participará numa cerimónia organizada pelo Japão em honra das vítimas de trabalho forçado durante a guerra, incluindo muitos coreanos, anunciou hoje o Ministério dos Negócios Estrangeiros que cita divergências com Tóquio.

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Lusa
23/11/2024 12:16 ‧ há 2 horas por Lusa

Mundo

Coreia do Sul

Os vizinhos asiáticos há muito que estão em desacordo sobre questões históricas relacionadas com a ocupação colonial da península coreana pelo Japão, entre 1910 e 1945, incluindo a escravatura sexual e o trabalho forçado.

 

Em julho, foi adicionada à lista de património mundial da Unesco uma rede de minas numa ilha japonesa, conhecida por utilizar mão-de-obra forçada no tempo da guerra.

Seul deu finalmente luz verde, "com a condição de o Japão implementar fielmente a recomendação... de refletir a história completa da mina de ouro do Sado".

Tóquio aceitou organizar todos os anos uma cerimónia evocativa -- com a primeira edição agendada para este domingo, na ilha do Sado -- em honra das vítimas do trabalho forçado, uma das condições impostas pela Coreia do Sul.

Hoje, Seul anunciou que o país "não participará na cerimónia em memória da mina do Sado, marcada para 24 de novembro, tendo em conta as diversas circunstâncias em torno do evento".

"As autoridades diplomáticas dos dois países não tiveram tempo suficiente para conciliar as suas posições divergentes, o que torna improvável a conclusão de um acordo mutuamente aceitável, antes da cerimónia", refere o comunicado que não adianta mais pormenores.

Esta decisão evidencia um raro momento de tensão entre os dois países, desde que o presidente sul-coreano cessante, Yoon Suk Yeol, assumiu funções em 2022.

Na realidade, Yoon Suk Yeol procurou enterrar a guerra histórica com a antiga potência colonial, fase às crescentes ameaças da Coreia do Norte, que está munida de armas nucleares.

Os historiadores acreditam que as condições de recrutamento na mina corresponderam a trabalho forçado e que os coreanos foram sujeitos a condições de trabalho muito mais difíceis que os seus homólogos japoneses.

Segundo dados de Seul, cerca de 780.000 coreanos foram recrutados para trabalhos forçados durante o período colonial japonês, de 1910 a 1945, quando Tóquio controlava toda a península coreana.

Leia Também: Japão anuncia plano de 136 mil milhões de euros para estimular economia

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