PM húngaro apela para que ameaças da Rússia sejam levadas a sério

O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, que se manteve próximo de Moscovo apesar da guerra na Ucrânia, apelou hoje ao Ocidente para que não desvalorize as ameaças da Rússia, um país com "as armas mais destrutivas do mundo".

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© Philipp von Ditfurth/picture alliance via Getty Images

Lusa
22/11/2024 18:55 ‧ ontem por Lusa

Mundo

Ucrânia

Quando "um país como a Rússia, que é diferente de nós e que faz assentar a sua política e o seu lugar no mundo em geral na força militar", se pronuncia sobre o assunto, "temos de levar [estas ameaças] a sério", declarou Orbán numa entrevista radiofónica.

 

Depois de um míssil balístico russo ter sido disparado contra uma fábrica de armamento ucraniana, o Presidente russo, Vladimir Putin, dirigiu-se ao país na quinta-feira à noite, afirmando que a guerra na Ucrânia assumiu agora um "caráter global" e ameaçando atacar os aliados de Kiev.

A Rússia, que afirmou estar "preparada para todos os cenários", alterou recentemente a sua doutrina nuclear para alargar a possibilidade de utilização de armas atómicas.

"Não se trata de conversa fiada" ou de "um estratagema de comunicação", as palavras do Presidente russo "têm peso" e "haverá consequências", considerou o líder húngaro, antes de recordar que Moscovo "possui um dos Exércitos mais fortes do mundo, com armas das mais modernas e com maior capacidade de destruição".

Viktor Orbán exorta regularmente a negociações de paz com a Rússia e opõe-se à ajuda militar europeia à Ucrânia, alertando com frequência para o risco de uma terceira guerra mundial.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após o desmoronamento da União Soviética - e que tem vindo a afastar-se da esfera de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.

Quase a atingir o terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas confrontaram-se com falta de soldados e de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais, que começaram entretanto a concretizar-se.

As tropas russas, mais numerosas e mais bem equipadas, prosseguem o seu avanço na frente oriental, apesar da ofensiva ucraniana na Rússia, na região de Kursk, e da recente autorização do Presidente norte-americano, Joe Biden, para utilizar mísseis de longo alcance fornecidos pelos Estados Unidos para atacar a Rússia.

As negociações entre as duas partes estão completamente bloqueadas desde a primavera de 2022, com Moscovo a continuar a exigir que a Ucrânia aceite a anexação de uma parte do seu território.

Leia Também: Lançamento de novo míssil hipersónico russo não dissuade apoio da NATO

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