Liga responsabiliza presidente guineense por ataques a jornalistas

A vice-presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, a jurista Claudina Viegas, responsabilizou hoje o Presidente do país, Umaro Sissoco Embaló, por ataques a jornalistas e denunciou a detenção de seis professores na 2.ª Esquadra de Bissau.

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Lusa
21/11/2024 19:49 ‧ há 3 dias por Lusa

Mundo

Guiné-Bissau

A dirigente falava na Casa dos Direitos, em Bissau, numa conferência de imprensa promovida pela Liga, Sindicato dos Jornalistas e Técnicos da Comunicação Social (Sinjotecs) e a Ordem dos Jornalistas da Guiné-Bissau.

 

A ação visou denunciar a agressão pela polícia a dois jornalistas de rádio, que cobriam uma vigília de professores em formação que protestavam contra uma medida do Governo.

"A Liga dos Direitos Humanos responsabiliza o Presidente, Umaro Sissoco Embaló, pelos ataques contra jornalistas e demais cidadãos inocentes cujas liberdades têm sido sistematicamente confiscadas" pelo poder, afirmou Claudina Viegas.

A dirigente da Liga dos Direitos Humanos denunciou que, na vigília, seis estudantes candidatos a professores foram detidos, encontrando-se, desde quarta-feira, na 2.ª Esquadra de Bissau.

Claudina Viegas afirmou que a Liga continua a apoiar "de forma intransigente" todos os cidadãos detidos e condena a "brutalidade contra os jornalistas" que foram espancados e presos.

"Estas agressões sistemáticas contra jornalistas e a sua consequente impunidade demonstram claramente e inequivocamente o caráter ditatorial do regime em vigor no país e a sua intolerância ao exercício das liberdades fundamentais" dos cidadãos, declarou.

A presidente do Sinjotecs, Indira Correia Baldé, afirmou que o jornalista Carabulai Cassamá (vulgo Alexandre), da radio Capital FM (estação privada), teve o fémur partido e Turé da Silva, da rádio Sol Mansi (da Igreja Católica), está com "bastantes ferimentos no corpo".

 "Todos os guineenses sabem que a liberdade de imprensa e de expressão estão ameaçadas na Guiné-Bissau. Nos últimos quatro anos assistimos a atos nunca vistos", afirmou Indira Baldé.

O bastonário da Ordem de Jornalistas da Guiné-Bissau, António Nhaga, considerou que os ataques aos dois jornalistas na quarta-feira, em Bissau, "são sinais de que querem silenciar os jornalistas".

Nhaga pediu aos profissionais para se pautarem por "um jornalismo de soluções", nomeadamente no período da campanha eleitoral que se avizinha no país. A Guiné-Bissau deverá organizar eleições legislativas antecipadas proximamente, depois de o Presidente ter adiado as que havia convocado para 24 de novembro.

O chefe de Estado guineense lamentou hoje o sucedido aos dois jornalistas e prometeu que se iria informar sobre o ocorrido, pedindo moderação às forças de ordem, mas também que estas sejam respeitadas.

Leia Também: Liga responsabiliza PR guineense "pela vida e integridade" de opositores detidos

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