Morreu o músico Peter Yarrow, do trio folk Peter, Paul and Mary

O músico norte-americano Peter Yarrow morreu hoje aos 86 anos, deixando marca como membro do famoso trio folk Peter, Paul e Mary, que fez sucesso durante o movimento de protesto dos anos 60 nos Estados Unidos.

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© Getty Images

Lusa
07/01/2025 23:30 ‧ há 20 horas por Lusa

Fama

Peter Yarrow

O agente de Peter Yarrow adiantou à agência France-Presse (AFP) que o artista morreu em Nova Iorque vítima de cancro na bexiga, contra o qual lutava há quatro anos.

 

"O nosso indomável dragão está cansado e começou o último capítulo da sua magnífica existência", acrescentou a sua filha Bethany, citada num comunicado.

"O mundo conhece Peter Yarrow como um ativista folk icónico, mas o homem por detrás da lenda é generoso, criativo, apaixonado, brincalhão e sábio, como mostram as suas canções", acrescentou.

Yarrow irrompeu na cena folk de Nova Iorque em 1961 ao lado de Mary Travers - que morreu em 2009, aos 72 anos, vítima de leucemia - e Paul Stookey. Foi também o ano em que o muito jovem Bob Dylan chegou ao bairro de Greenwich Village, em Manhattan.

Foi nesta década que o trio obteve sucesso, aproveitando a onda pacifista, antirracista e progressista e o movimento contra a Guerra do Vietname.

Peter Yarrow nasceu a 31 de maio de 1938 em Manhattan, numa família de imigrantes judeus ucranianos, antes de estudar pintura e se dedicar à guitarra e ao canto enquanto estudante na Universidade de Cornell.

O primeiro álbum do grupo, de 1962, misturando raízes folk e a sua sonoridade mais moderna, vendeu dois milhões de cópias.

A sua interpretação de 'Blowin' in the Wind', composta pouco antes por Bob Dylan, deu ritmo à famosa manifestação pacifista em Washington liderada por Martin Luther King, em 28 de agosto de 1963.

O trio ganhou cinco prémios Grammy, incluindo dois para 'If I Had a Hammer', de Pete Seeger e Lee Hays.

Peter Yarrow foi acusado de avançar contra uma rapariga de 14 anos que foi ao seu camarim pedir um autógrafo. Cumpriu três meses de prisão após se declarar culpado de "indecência".

Indultado pelo presidente Jimmy Carter (1977-1981), teve de abandonar um festival em Nova Iorque em 2019, sob pressão do movimento #MeToo, antes de apresentar as suas "desculpas" e expressar a sua "tristeza".

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