A investigação, solicitada pela Associação Pecuária da China e por associações de nove províncias, vai avaliar o crescimento das importações entre 2019 e 2024 e o seu impacto no mercado interno.
De acordo com dados oficiais fornecidos pelo ministério, as importações cresceram 64,93%, entre 2019 e 2023, enquanto no primeiro semestre de 2024 o aumento foi de 106,28%, em comparação com o mesmo período de 2019.
Este aumento elevou a quota de mercado da carne importada de 20,55%, em 2019, para 30,90%, no primeiro semestre de 2024.
A China importou um milhão de toneladas de carne bovina durante os primeiros quatro meses de 2024, um aumento de 22%, em termos homólogos.
Em 2023, o país comprou um total de 2,74 milhões de toneladas de carne bovina, um aumento de 1,8%, em relação ao ano anterior, atingindo um novo recorde histórico.
Entre os países que podem ser afetados por esta investigação estão a Nova Zelândia, os Estados Unidos, Brasil, Argentina e Uruguai, que lideram as exportações de carne bovina para a China.
De acordo com um relatório do Centro de Política de Desenvolvimento Global da Universidade de Boston, as exportações dos países sul-americanos duplicaram nos últimos cinco anos e quintuplicaram na última década, representando mais de três quartos do total.
A queda do preço médio nacional da carne de bovino, que se situa agora no seu nível mais baixo desde 2019, juntamente com a venda maciça de vacas reprodutoras, resultou em perdas para cerca de 70% dos criadores de gado, de acordo com as associações do setor citadas pelo jornal oficial Global Times.
O ministério disse que o processo vai abranger carne fresca, refrigerada ou congelada e que os interessados devem registar-se no prazo de 20 dias para participar na análise.
O inquérito será concluído no prazo de oito meses, com possibilidade de prorrogação em circunstâncias especiais, e avaliará possíveis medidas de proteção para estabilizar o mercado local.
A China lançou outros inquéritos 'antidumping' -- preço de venda abaixo do custo de produção - sobre produtos como os laticínios, a carne de porco e o brandy da União Europeia, no que é visto como uma retaliação contra as taxas alfandegárias impostas por Bruxelas sobre os veículos elétricos chineses.
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