Os dados constam no livro 'Trabalho, emprego e proteção Social 2024', do CoLABOR, que será hoje apresentado na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.
Segundo esta associação, "a baixa cobertura das prestações de desemprego e os seus valores médios são elementos fundamentais para se explicar a elevada e continuada incidência da pobreza entre a população desempregada".
O CoLABOR nota ainda que o valor de referência do Indexante dos Apoios Sociais (IAS), que serve de referência para o cálculo de várias prestações sociais tem vindo a divergir do valor do limiar de pobreza e do salário mínimo nacional.
"Este facto tende a limitar o impacto de certas prestações sociais na mitigação da incidência da pobreza e da sua intensidade", alerta, notando ainda que esta circunstância "coloca em causa a sua capacidade para retirar da pobreza monetária relativa as pessoas que as auferem ou, no caso do RSI, de mitigar a intensidade da pobreza".
Os investidores apontam ainda que "Portugal despende pouco dinheiro nas prestações destinadas a combater a exclusão social", as quais "têm um efeito redistributivo mais elevado".
"O reforço deste tipo de medidas é um elemento importante para reduzir a pobreza e as suas formas mais extremas", defendem, considerando também "pouco compreensível que existam medidas que visem apenas combater a pobreza extrema (caso do RSI) e outras que, de forma mais ou menos indireta, têm o escopo de elevar as pessoas e as famílias acima do limiar de pobreza oficial (CSI ou PSI)".
Segundo os dados disponibilizados pela associação, "o valor médio do subsídio de desemprego era, em 2023, de 589,7 euros, o do subsídio social de desemprego inicial de 397,3 euros e o do subsídio social de desemprego subsequente de 423,6 euros".
No próximo ano, o IAS vai aumentar para os 522,50 euros, subindo 13,24 euros face ao valor atual (509,26 euros), segundo os cálculos da Lusa com base nos valores de inflação divulgados pelo INE.
Leia Também: Partidos defendem subida do salário mínimo perante risco de probreza