Um em cada três portugueses pondera sair do país. As conclusões são do estudo 'Consumer Sentiment Survey', levado a cabo pela Boston Consulting Group (BCG), que aponta a procura de melhores perspetivas profissionais e o descontentamento com a realidade política, fiscal e/ou social como os principais motivos para emigrar.
"Quase um terço dos portugueses (32%) equaciona emigrar e, destes, 37% aponta a procura de melhores perspetivas profissionais e 36% o descontentamento com a realidade política, fiscal e/ou social em Portugal como principais motivos para sair do país", lê-se num comunicado enviado às redações.
De acordo com o estudo, os jovens entre os 18 e 24 anos (64%) e indivíduos com ensino universitário (34%) são os mais propensos a emigrar face à população ativa entre os 55 e os 64 anos (17%), e sem formação universitária (29%).
"O estudo indica que uma das razões principais para este fenómeno é o desfasamento entre as expectativas e ambição destes dois grupos (mais novos e mais formados) com aquilo que o mercado nacional tem para oferecer", explicou Manuel Luiz, managing director & partner da BCG, que acrescentou que "outro dos fatores importantes para o fenómeno da emigração prende-se com elementos de cultura no local de trabalho".
Segundo a nota, no mercado de trabalho, além da remuneração, os portugueses (24%) dão valor à flexibilidade de horário e à autonomia e responsabilidade.
Destacam-se também o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional (23%) e o ambiente de trabalho saudável e colaborativo (20%). Em oposição, o propósito e significado (13%), a flexibilidade de local de trabalho (12%), e outros benefícios (6%), como combustível, carro e ginásio, são os fatores menos valorizados pelos portugueses.
Em Portugal, apenas 25% dos inquiridos prefere o modelo totalmente presencial em relação a opções mais flexíveis ou totalmente remotas. No entanto, 73% dos inquiridos revela trabalhar exclusivamente de forma presencial.
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