Jorge Jesus assumiu, esta terça-feira, que terá dificuldades em conseguir o seu objetivo de renovar o título saudita com o seu Al Hilal. O conjunto de Riade tem uma desvantagem de quatro pontos para o líder Al Ittihad e perda no confronto direto, em caso de igualdade pontual.
"Nós acreditamos que ainda pode ser possível sermos campeões. Faltam nove jogos, estamos a quatro pontos, mas o campeonato saudita está mais forte este ano e qualquer equipa pode perder pontos facilmente, tanto em casa como fora. Esta paragem para o Al Hilal foi boa, porque vamos recuperar cinco dos jogadores que normalmente jogavam no 'onze'", explicou Jorge Jesus, em declarações aos jornalistas, à margem da presença no fórum da Associação Nacional de Treinadores de Futebol (ANTF), que findou hoje em Matosinhos.
Apesar das dificuldades no campeonato, o técnico aponta baterias à Liga dos Campeões Asiática, em que disputa a 'final a oito', e aguarda com grande expectativa o Mundial de Clubes, no qual Benfica e FC Porto vão representar o futebol português.
"O grande objetivo dos adeptos do Al Hilal é a Champions da Ásia, que eles preferem em detrimento do campeonato. Eu, como treinador e português, fui formatado para que o campeonato seja o objetivo mais importante, mas está tudo em aberto. E o Mundial de Clubes, onde vai estar o Benfica e o FC Porto, vai ser apaixonante", atirou.
Jorge Jesus foi também confrontado com o momento de forma de Cristiano Ronaldo no campeonato saudita e expressou votos de que consiga atingir a inédita marca dos 1.000 golos ao longo da carreira de futebolista
"Não sei, mas gostava que isso acontecesse. Porque o Ronaldo é um exemplo. O Ronaldo é um exemplo com 40 anos. Vocês agora veem alguns jogos do Al Nassr, mas eu estou lá. Ele ainda é um jovem jogador, pelo aquilo que desempenha no jogo. E, sinceramente, não sei até quando é que ele vai continuar. Porque ele é um profissional a 100 por cento, cuida-se como nenhum jogador do mundo, e por isso é que ele tem 40 anos e ainda continua", elogiou.
"Dou o exemplo dele muitas vezes aos meus jogadores. O Ronaldo é um exemplo para todos os jogadores do mundo. Aquilo que faz com que uma carreira mais prolongada de um atleta, não é só o processo do treino, é toda uma evolução daquilo que é a recuperação do jogador. E a recuperação hoje do jogador é fundamental", acrescentou.
O técnico deixou elogios a Neymar, lamentando que o agora extremo do Santos não pudesse ter tido outro tipo de contributo no Al Hilal e afirmou, de forma taxativa, que o brasileiro se trata do "melhor jogador" que treinou.
"Eu não tive sorte. Nem eu, nem ele. Não tivemos sorte porque o Neymar trabalhou comigo e teve 15 meses lesionado. O Neymar é um craque. Foi o melhor jogador com quem eu trabalhei até hoje. Precisa de tempo para recuperar aquilo que ele é. Temos de lhe dar tempo. Penso que na próxima convocatória da seleção do Brasil, que vai ser em junho, já vai ter este tempo todo para recuperar aquilo que ele é. Não é como jogador, como jogador, ele é super, mas o tempo que ele teve parado sem jogar", finalizou.
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