Foi bom enquanto durou. O frutuoso empate (2-2) no Benito Villamarín, há uma semana, deixou em aberto a hipótese do Vitória SC escrever, na receção ao Real Betis, uma página histórica nas competições europeias. Mas tudo correu mal aos vimanarenses.
O Estádio D. Afonso Henriques engalanou-se com 28.994 espectadores para aquela que podia ser uma segunda passagem aos quartos de final de uma prova europeia, mas os conquistadores acabaram vergados com um banho de realidade na pesada derrota por 4-0. Uma derrota que nada apaga o percurso europeu impecável dos vitorianos.
Ainda alguns adeptos entravam no estádio quando o congolês Bakambu, que já tinha marcado em Sevilha, abriu as hostes da goleada. O mesmo avançado viria a bisar em Guimarães aos 20 minutos. Ainda na primeira parte, Nélson Oliveira esteve perto de dar um novo rumo à eliminatória, mas não foi capaz de concretizar.
O conjunto da casa mostrou algum ascendente no início do segundo tempo... mas o erros no futebol pagam-se caro. Antony matou o jogo em novo golo em que a defesa vitoriana fica mal na fotografia. Já com alguns adeptos a deixar as bancadas do Afonso Henriques, Isco colocou um ponto final no encontro aos 80 minutos.
O Vitória SC é, assim, a última equipa portuguesa a despedir-se das provas europeias. Um longo percurso que começou no verão do ano passado e que ficou marcado por 13 jogos consecutivos sem perder na Europa: um recorde para clubes nacionais. Chapeau, Vitória.
Vamos às notas deste encontro:
Figura
Cédrik Bakambu é o homem que fez a diferença nesta eliminatória. Depois de um golo em Sevilha há uma semana, o congolês desfez o sonho do Vitória com um bis em 15 minutos, aproveitando dois erros crassos de Borevkovic e Villanueva.
Surpresa
É caso para dizer quem viu e quem vê agora Antony. Depois de uma primeira metade de temporada sem grande sucesso no Manchester United, onde se chegou a cruzar com Ruben Amorim, o brasileiro reencontrou-se com o bom futebol no Real Betis. Depois de assinar o 0-3 em Guimarães, o extremo assistiu Isco.
Desilusão
Aqui podiam caber os nomes de Borevkovic e Villanueva, mas o pior em campo foi mesmo o venezuelano Villanueva. Péssima abordagem no lance que deu origem ao 0-1, a que se somaram outros erros em dois dos outros remates certeiros dos béticos.
Treinadores
Luís Freire
Os espanhóis não deram margem de erro à equipa da casa. O brilharete de há uma semana em Sevilha não teve seguimento em Guimarães, sobretudo pelo facto do Real Betis ter aprendido com os erros do encontro da primeira mão. A ansiedade vimaranense foi a grande inimiga e fez diferença a favor dos sevilhanos. Quando o Vitória até estava por cima e à procura do 1-2, o conjunto visitante acabou com a história da eliminatória.
Manuel Pellegrini
Eficácia nível máximo para os espanhóis. O Real Betis não dispôs de grandes oportunidades em Guimarães, mas marcou nas quatro vezes em que se aproximou da baliza de Bruno Varela. Os sevilhanos apareceram com a lição bem estudada no Minho, colocando em campo o compromisso que terá faltado no primeiro duelo.
Arbitragem
Serdar Gozubuyuk fez uma exibição competente, sem qualquer interferência no resultado.
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